sábado, 3 de novembro de 2007

As coisas como não lembro

Houve noites em que voltar para casa de manhã cedo, com um zumbido nos ouvidos, o nome e o telefone da menina escritos num pedaço rasgado de flyer e a lembrança de três refrãos era o bastante. Ficaram em algum lugar, não lembro onde deixei. Talvez na esquina da augusta com a paulista, num trecho da avenida hercílio luz ou num bar que já nem existe mais. Até porque ninguém mais quer o telefone de ninguém.

- Eu tô na comunidade da festa, me adiciona.

Não, a culpa não é da web 2.0. Pelo menos não só dela. Também não é dos djs, que não tocam mais take me out, nem das festas que teimam em acabar antes de amanhecer. Talvez a culpa seja justamente da memória afetiva, que me faz acreditar que aquelas manhãs – voltando a pé pra casa com sol no rosto, fedendo a fumaça, andando sozinho numa cidade que não era minha e com um número de telefone no bolso que nunca seria chamado – me bastavam.

Hoje sei que não bastam. Mas estarei lá, para dar um beijo e um abraço no espírito do natal passado.

Wonka Kinda Rock
Casarão – Praça XV - Fpolis
R$ 5 até a meia-noite, R$ 7 depois
promessa de alguns refrãos

3 comentários:

  1. Que texto melancolico! Sindrome de Peter Pan está te deixando? É uma hora é preciso fazer o papel de gente grande mesmo...
    Mas acho ótimo reviver certos momentos de besteira do passado.

    Quanto ao meu texto, o show era do móveis coloninais de acaju. E a consciência social ficou no salão de beleza quando eu estava fazendo as unhas.

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  2. upo, começa amanhã. minha vida, a outra, começa amanhã. borboleta :}

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