sexta-feira, 21 de março de 2008

O futuro na carteira

Uma das primeiras coisas que reparei foi a substituição da charmosa gravação que informava o nome das estações da linha verde do metrô pela desanimada voz ao vivo do condutor do trem. Eu nunca mais ouviria aquela voz de aeromoça informar pausadamente “estação vila madalena” para me dizer que precisava descer. Nem a minha preferida, “estação trianon-masp”, com aquele masp pronunciado de uma forma que nenhuma outra voz vai conseguir. É impressionante que isso não tenha saído no Jornal Nacional.

No caminho até o apartamento em que morava naqueles dias e noites paulistanos de 2004 e 2005, poucas mudanças. Deram o nome de Tim Maia para aquela escadaria que eu subia e descia quase diariamente, perto do metrô. Ficou bem. Também são bonitas as novas placas de logradouro, com o nome mais destacado. De resto, tudo muito parecido.

O apartamento, a Paulista, a Augusta, as festas que achei, as pessoas que consegui ver – São Paulo não me decepciona. A impressão que tenho é de que me chama para voltar. Depois de tanto tempo longe eu precisava disso: ir até lá e avaliar se não seria, assim, por acaso, apenas nostalgia de uma época divertida e distante. Não era.

Quando morava em São Paulo, eu tinha um pequeno ritual. A cada vez que deixava a cidade, comprava um bilhete de metrô a mais. Ele ficava na carteira, para eu usar quando voltasse. Era um símbolo de que eu voltaria mesmo. Em dezembro de 2005, quando tinha visitado a cidade pela última vez, acabei esquecendo o velho hábito. Certamente não foi por isso que passei dois anos e três meses sem fazer uma única visita.

Mas, pelas dúvidas, está na carteira:


(ah... agora com essa história de cartão que integra ônibus e metrô, fiquei com a impressão de que só eu comprava bilhetes)

2 comentários:

  1. Bela city, bela história e uma bela saudade...
    Sessão nostalgia pura!

    =D

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  2. Oi!
    Hey, vc naum eh o unico ki compra bilhetes de metro!
    rsrs
    bjus.

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