quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Saudade possível

São Paulo era pequena. Começava na Augusta e terminava no Largo da Batata, mais ou menos o caminho que fiz algumas vezes a pé, quando acabava a noite, o dinheiro, a carona, a chance ficar, ir ou voltar com alguém.

Voltava cantando Roberto Carlos, correndo atrás dos pombos como diversão, comemorando um número de telefone no verso de um flyer de festa, ouvindo risadas de quem assistia, ignorando os perigos possíveis.

Ignorar esses perigos - por não saber que existiam ou por não se importar com eles - era parte daquilo. Como se eu precisasse viver São Paulo urgentemente antes que ela acabasse.

E acabou, igualzinho aquelas noites acabavam. Não ficou nem um número perdido no bolso da calça.

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