Foi nesse contexto que o olhar dele cruzou com a da mulher parada na coluna, drinque na mão. O olhar retribuído virou sorriso, retribuído também. O rapaz ergueu o copo como quem brinda. Ela brindou também e sorriu de novo. Indeciso, sem jeito para o próximo passo, arriscou dois passos e se aproximou da coluna em que ela estava. Fez a primeira pergunta besta que veio a cabeça, sobre o que ela bebia. Meio sem jeito, como que se desculpando pelo clichê ou pelo nome solar da bebida em meio a uma festa tão cinza.
- É só um sex on the beach - minimizou.
Aos tropeços, a conversa continuou. Aquela banalidade do "você costuma vir aqui", etc. Aí a conversa entrou no tom da noite.
- Não costumo vir a baladas. Vim por causa do tema, gosto de fetiches.
Se ela entrou no tema, parecia certo aderir à brincadeira. Achando-se malandro e vislumbrando possibilidades, perguntou se ela tinha fetiches.
- Gosto de fazer as pessoas sofrerem.
Até aí, tudo tranquilo, pensou. Brincou que conheceu algumas garotas com esse fetiche e que nem se vestiam de preto.
- Mas eu gosto de ver as pessoas sangrarem.
Meia hora depois ele estava em outra balada, mais colorida. Sem cortes e sem dores.
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