quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Words of love and words of leisure

Há alguns anos perdi o hábito de ouvir discos inteiros. Deve ser culpa do MP3, do shuffle, daquele velho e querido celular Sony Walkman, não sei. Culpa minha, certamente. Houve quem reclamasse comigo por isso, que tentasse reintroduzir o hábito perdido. Em vão.


Como há alguns anos perdi o hábito de ouvir discos inteiros, não sei dizer quanto tempo fazia que eu não pegava o disco de estréia do Franz Ferdinand e colocava para tocar. Fiz isso hoje por uma série de coincidências chatas - cansei das músicas do pendrive e o computador quebrado impede a renovação, cancelei o Spotify por causa da alta do dólar, etc. Diante destes percalços, recorri a minha velha coleção de cds.


Esse disco do Franz Ferdinand é um dos raríssimos em que eu lembro exatamente o momento em que ouvi pela primeira vez. Estava em São Paulo, no apartamento que dividia com amigas na Vila Madalena. Uma delas estava na cozinha e disse para que eu, que estava na sala, colocasse música. Olhei os cds dela e escolhi o do Franz porque estava se falando bastante naqueles escoceses e eu não tinha ouvido ainda. Paixão à primeira música.


Isso faz mais de dez anos, mas lembro bem. Não lembrei daquele momento quando coloquei o disco no carro no início da tarde de hoje. Fiquei pensando em como ainda me soa espetacular aquele início de álbum e quanto aquela ordem de canções me faz feliz. Ainda ouço com frequência boa parte delas nessa minha atual vida shúfflica. São as canções da minha juventude e parte delas ainda toca nas pistas de dança que frequento. Mas não esse encadeamento de músicas que alterna hits a outras canções que poderiam ter sido e as que não tinham essa vocação, mas que também são uma graça. Ou seja, um disco. Eu deveria voltar a ouvir discos.


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