Era apenas uma mala. Levou até o bagageiro do ônibus, disse que o destino era Porto Alegre e recebeu o ticket. Conferiu a passagem, entregou ao motorista, entrou no ônibus. Subiu a pequena escada que levava à parte de cima do veículo, foi até a poltrona um. Sempre gostou de viajar com a janela dianteira à sua frente, vendo a estrada. Acomodou-se, começou a ler. Um homem alto, vestindo um casaco escuro pede licença e senta ao seu lado. Se acomoda, não fala mais nada, puxa um livro também. Ela esquece o sujeito, volta a ler. O ônibus parte, ela lê sete páginas e dorme. Costuma ser a melhor parte dessas viagens noturnas.
Acorda com um cutucão. Desperta sem noção de tempo, teria dormido muito? É o passageiro ao lado. Quando vai perguntar o que quer, sente a mão dele em sua boca. O homem tampa sua boca com a mão direita enquanto ela sente algo pontudo encostar na sua barriga.
- Calma que eu não quero te machucar - diz o homem, sussurrando.
Apavorada, ela vê o sujeito destapar sua boca e sente o objeto pontudo apertar ainda mais fundo.
- Não tem ninguém nos bancos aqui do lado e nem atrás... a gente tem bastante privacidade. Você vai ser boazinha?
Tremendo, ela faz que sim com a cabeça. O homem sorri.
- Eu sabia que ia gostar de você desde que coloquei a mala no bagageiro.
Com a mão desocupada, ele abre três botões da blusa da mulher. Com os dedos, mexe em seu sutiã como se estivesse brincando - e estava. Como se não tivesse pressa - e parecia não ter mesmo. Devagar, puxa o sutiã, deixa um peito para fora, brinca com o mamilo da mulher. Ela sente um arrepio e tenta se conter. Não sabe até onde a loucura daquele homem pode chegar dentro de um ônibus, com pessoas por perto, com mil formas de ser descoberto ou denunciado. Sente medo de morrer ali mesmo. E sente a coxa do sujeito roçando a sua.
A mão desliza por seu corpo. Quanto mais ele se excita, mais ela sente o objeto pontudo na cintura. Seria uma faca? Não tinha como saber, ele mantinha a mão esquerda coberta enquanto brincava com a direita. Abriu o botão da calça, enfiou a mão por baixo da calcinha, começou a brincar por ali. Chegou perto do ouvido dela e sussurrou:
- Eu quero um beijo. E se não for bom, eu vou te machucar.
Ele chegou mais perto e a beijou. Ela beijou também. Com medo, com algumas lágrimas escorrendo, mas beijou. O beijo que ele queria e que ela precisava dar para não se machucar ainda mais.
- SOMBRIO, VINTE MINUTOS!
Desperta com um salto. Ao seu lado, o passageiro dorme de boca aberta, com o livro aberto no colo. Não há objetos pontiagudos. Os botões da blusa e da calça estão fechados. A viagem chegara a metade e era hora de descer para lanchar.
Desceu e tomou quatro xícaras de café.
upiara! não lia nada teu ha muito tempo. Gostei desse, apesar de ter achado meio creepy.
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