segunda-feira, 23 de julho de 2007

Reencontros e decisões

Passaram três anos da última vez em que se viram, naquela festa de poucos convidados em que foram apresentados e conversaram animadamente por pouco menos de meia hora. Ele não lembrava mais qual assunto provocara tanta risada e simpatia mútua, assim como não saberia explicar os motivos para tanto tempo passado sem um contato sequer – ainda mais em plenos anos 00 - a era da intimidade virtual. A pergunta coube a ela.

- Mas onde você andou esse tempo todo?
- Eu tive que ir embora. Me apaixonei por São Paulo, mas nunca fui correspondido. Eu sempre volto, sempre com flores novas e meu melhor sorriso. Mas ela nunca me acolhe...
- Ah... mas dessa vez vai dar certo...
- Estou aqui pra isso, pra dar certo e pra ter duas opções de balada no final de qualquer dia, haha.
- Espertinho...
- Por via das dúvidas, melhor pegar o seu msn...
- Eu não uso essas coisas.
- Como assim, não usa?
- Usei demais. Do mirc ao skype, passando pelo orkut e o fotolog. Até o dia em que cortei o cabo da banda larga com uma tesourinha de unha...
- Que drástica! Por que isso?
- Eu tava com saudade de mim...
- Como assim?
- Comecei a rever coisas que tinha feito dois, três anos antes, e achar muito melhor do que tudo o que estava fazendo. Comecei a lembrar das coisas que vivia antes e achar tudo mais intenso. Fiquei procurando motivos pra isso e tive a certeza de que culpa só podia ser daquele cabinho. Cortei.
- Funcionou?
- No começo foi estranho, mas depois que reaprendi a ler texto impressos e a ouvir músicas em discos e não em arquivos, eu reencontrei muito do tinha perdido...
- Agora eu entendo porque ficamos três anos sem contato...
- Espero que não se passem mais três.
- De jeito nenhum! Você me empresta a tesourinha?

2 comentários:

  1. sempre acontece, de uma forma ou de outra, aquilo que a gente espera.

    "se você achar que pode, ou que não pode, de qualquer forma você está certo". - Einstein.

    Volto por aqui mais vezes antes de cortar meu cabinho!

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