Quando o orkut ainda era uma febre e seus convites eram disputados a tapa ou leiloados no e-bay, um amigo escreveu um depoimento (ainda chamados simplesmente de testemonials) em que dizia não entender a minha “mania de se desfazer das coisas”. Aquela frase me intrigou esse tempo todo, mas nesse momento de “upiara em crise” as coisas estão fazendo mais sentido e percebo que aquele diagnóstico até faz sentido.
Não, eu não estou jogando dinheiro fora – ou pelo menos acredito que o dinheiro desperdiçado me dá alguma recompensa. O que venho jogando fora são as minhas oportunidades de abandonar essa pós-adolescência que anda me constrangendo tanto. É como se sempre houvesse uma saída de emergência para onde correr.
Essa saída se apresentou nas mil maneiras e desculpas para adiar a formatura, na facilidade com que troquei a chance de estar na redação do Estadão pelas baladas paulistanas, na predileção por relacionamentos inviáveis e na fuga daqueles que se mostraram viáveis demais, nessa dificuldade gigantesca de simplesmente fazer o melhor que posso todas as tardes. A frase é longa e enrolada, mas isso é tudo metáfora.
E eu escrevi o mesmo texto do post abaixo, com outras palavras. Porque na verdade, não tenho a menor idéia de como mudar isso tudo.
upo-upi. respira. se digere e se vomita. se humilha. se salva. aí vê o que sobra no final: vai ser você, nu.
ResponderExcluirlongo e enrolado, mas isso é tudo metáfora. pode funcionar.