Lembro que invejei de imediato aquela falta de vergonha.
Ela levantou da cama, nua, e partiu em direção à cozinha,
ignorando a ampla janela aberta no meio do caminho e a possibilidade de algum
vizinho vê-la. Não havia do que se envergonhar e ela sabia. Deixava isso explícito
no andar firme, cabeça erguida, totalmente nua, enquanto eu, na cama,
balbuciava algo sobre a janela aberta.
Acostumado que era a esconder-me de minha própria janela.
- O que você disse?
- Esquece, eu falei da janela aberta.
- Ah, eu não vi.
(escrito em fevereiro de 2013)
- Esquece, eu falei da janela aberta.
- Ah, eu não vi.
(escrito em fevereiro de 2013)
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