- Acorda, tu precisa ir embora!
A frase insistente começou a fazer sentido junto
com a luz
que entrava no quarto. O que não fazia sentido era o quarto, a mulher
que o
acordava, a própria nudez. Mas a insistência dela quanto à urgência da
saída
impedia a realização de perguntas que até seriam óbvias – embora parte
delas
não fosse educado fazer. Melhor fingir controle da situação enquanto
procurava
cueca, meias, calça, camiseta e ela dava uma explicação vaga sobre
porque ele
precisava ir embora correndo antes das oito horas da manhã.
Foi no elevador que começou a reconstruir o que
acontecera.
O final da festa, a conversa breve e sem sentido, o beijo, a descoberta
de que
ambos moravam em lugares próximos, o convite pra uma cerveja que ficou
pela
metade, testemunha das primeiras peças de roupa que caíram.
Estava perto de casa, pelo menos.
Um dia, quem sabe, lembrasse o nome da garota.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirsaudades de vc...
ResponderExcluirbeijos