terça-feira, 3 de maio de 2011

Pode vir, Saturno


Se eu voltasse dez anos no tempo e encontrasse aquele Upiara que estava entrando na segunda metade do curso de jornalismo, não iria me aproximar. Mesmo que batesse uma pequena tentação de chegar ao ouvido dele e dizer “aprende forró, vai ser útil”. Até porque sei que ele não aceitaríamos.

Eu também poderia ir para perto dele e, displicentemente, colocar naquela pasta branca encardida uma lista das garotas em que valia a pena investir ou evitar. Seria bem útil naquele momento, mas talvez estragasse o que veio a longo prazo e valeu tanto a pena. Vai saber.

Mas a verdade é que se eu encontrasse aquele Upiara de 19 anos – tão bobo, inexperiente e absolutamente certo do próprio talento – e fosse obrigado a falar com ele, diria apenas “não te preocupa e faz o que achar melhor”.

O guri acertou mais do que errou. Dez anos depois, Saturno pode vir que eu não me sinto devendo nada pra ele.

(mas se for o Itaú, eu fujo) 

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