terça-feira, 9 de novembro de 2010

Florianópolis

Quando voltei a morar em Florianópolis, passados mais de dois anos em Joinville, pensava em escrever um texto que marcasse essa volta. Lembro bem dos que escrevi quando aceitei o convite para mudar e quando cheguei naquela nova realidade. Achei que precisava de algo assim registrar o recomeço na ilha.

No fim, tudo que pensei em dizer era piegas ou inadequado. Além disso, havia motivos para que eu me sentisse ainda ligado a Joinville de uma forma muito especial. O tal texto sobre o que significava a volta acabou deixado de lado, esquecido.

Hoje, numa conversa, lembrava que em alguns momentos Joinville me passava a ideia de que só havia duas alternativas: abandoná-la para recomeçar do zero em outro lugar ou ficar preso a ela para sempre. As duas alternativas indesejáveis se somavam à sensação estar fora do meu próprio projeto de vida. No fim, as coisas acabaram se ajeitado de uma forma que consegui voltar para Florianópolis fazendo da experiência joinvilense  parte desse projeto.

Mesmo assim, aquela sensação de falta de alternativa esteve presente até o dia em que recebi o convite para voltar. Na conversa de hoje, ela perguntou se tudo aquilo que me agoniava em Joinville passou apenas com a vinda para Florianópolis.

Sim, passou. O meu projeto de vida estava de novo claro e exposto na minha frente. O último e principal ponto da lista de motivos que apresentei era de que precisava voltar para a minha cidade. Nessa hora, traído pelos dedos, escrevi "voltar para a minha saudade".

Percebi o erro, mas como era verdade, dei enter ao ato falho.

Nada falho.

Um comentário:

  1. Eu gosto muito de você, sabia? E do jeito que você escreve. E sinto a mesmíssima coisa sobre Joinville.

    Beijos

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